segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Derrubando o Mito – As Especiarias na Idade Media

As especiarias eram usadas na idade média para disfarçar o odor de carne podre.

Parece que ninguém tem dúvidas sobre a frase acima, afinal foi o que ouvimos na escola, o que lemos em muitos livros e revistas e aprendemos na faculdade. Mas será que é verdade mesmo? Pesquisas recentes descobriram que não! Os argumentos são vários e não deixam dúvidas!

Na idade média, carnes, peixes e vegetais eram salgados, defumados ou conservados em óleo ou salmoura com técnicas seguras já conhecidas naquela época e largamente utilizadas pela população, principalmente na chegada do inverno quando o alimento para o gado não crescia mais. O fato de que especiarias ajudavam no processo de conservação também era conhecido, por isso não faz sentido nenhum achar que essas mesmas pessoas deixariam a carne estragar para depois utilizar as especiarias que poderiam ajudar a conservá-las!

Apesar de não haver refrigeração na Idade Média, a carne provavelmente chegava mais fresca à mesa do que nos dias de hoje. A maioria das habitações tinha sua própria criação e nas cidades o abate de animais de pequeno porte, os mais consumidos, era feito dentro do próprio açougue. As leis eram muito severas para quem fosse pego vendendo carne estragada, o comerciante poderia até ser apedrejado além de ter sua mercadoria queimada em praça pública, isso demonstra que as pessoas não tinham a intenção de consumir produtos deteriorados.

Alguém acha que é possível disfarçar ou amenizar o cheiro e sabor de carniça com canela e gengibre? E que pessoas consumiriam esta carne fedorenta com satisfação e sem passar mal? Talvez o que nos ajude a pensar assim seja a falta de higiene das pessoas da idade média, a falta de banhos, de roupa lavada, o cheiro horroroso que podemos imaginar… Mas o consumo de alimentos estragados cheios de bactérias e de toxinas tem conseqüências graves para a saúde podendo levar à morte. Os habitantes da idade média não eram imunes à contaminação alimentar e as pessoas tinham conhecimento do risco que corriam ao consumir comida estragada, tanto que combatiam os comerciantes desonestos e conservavam os excedentes de carne de forma correta.

Aprendemos que especiarias foram artigos de luxo, tinham seu valor equiparado ao ouro e a pedras preciosas, foram usadas como presente e para pagar tributos e dotes, vinham de muito longe e custavam caro. Isso tudo é verdade, por isso quem tinha acesso a especiarias com certeza tinha acesso à carne boa, muito fresca e em abundância não havendo necessidade de consumir um alimento insalubre. E mais, não faz sentido pensar que estas pessoas usariam um produto caro e difícil de obter em carne que cheirava mal e que na época custava mais barato do que a pimenta-do-reino, a especiaria mais popular. O autor Peter Brown do livro Out of The East diz que seria a mesma coisa que colocar trufas em um hambúrguer de fast food. Eu acho que o sanduíche ficaria divino!!! Mas já a carne podre… E os pobres ? Pode até ser que precisassem consumir carne em mal estado, como infelizmente hoje em dia pessoas reviram lixo em busca de alimento, mas com certeza não tinham condições de comprar especiarias.

A falta da refrigeração na Idade Média é apontada como uma das causas principais da sustentação deste mito, parece que o homem moderno tão criativo não consegue imaginar a vida sem tecnologia e acha que seus antepassados eram primitivos demais a ponto de comer carne podre só porque não tinham um freezer para conservá-la. Deixou passar despercebido que as especiarias saíram de moda bem antes da invenção da geladeira... Na Idade Média existiam comerciantes desonestos que tentavam vender carne estragada, muitas vezes tentando encobrir seu cheiro com especiarias, molhos e outros temperos, mas isso não era prática comum, era a exceção, da mesma forma que há ainda hoje homens corruptos que vendem vacas doentes para fazer hambúrguer. Também é possível, e talvez esteja aí mais uma das origens dessa idéia absurda, que em alguns banquetes algumas carnes não estivessem tão frescas, já que a preparação era em grandes quantidades e levava longos dias. Como os nobres usavam muitas especiarias, que eram um meio de ostentar sua riqueza, equivalente ao caviar e foie gras de hoje, chegou-se à conclusão errada de que elas estavam ali para mascarar o odor de uma carne estragada.

As especiarias eram muito usadas na idade média para melhorar o sabor do vinho, que era ruim e para alegrar o paladar, principalmente na monotonia do cardápio de carnes e peixes salgados dos meses frios de inverno e de épocas de jejum. Elas eram muito valiosas também pelo seu poder medicinal, afrodisíaco e de espantar males do corpo e da alma. Mas isso é uma outra história!

6 comentários:

  1. Não esta muito bem explicado e tem muita coisa eu preciso da pouca explicação.

    ResponderExcluir
  2. Desculpe-me anônimo! Se tiver alguma pergunta objetiva talvez possa lhe responder.

    ResponderExcluir
  3. Todos estes mitos foram criados pelos "iluministas" do século 18 e 19.Até o século 14 havia
    banhos públicos,os cristãos da idade média eram descendentes dos romanos que tomavam
    banho.Já havia sabonete,pasta de dente,desodorante,perfumes,shampoo,na idade média.
    Só no SÉCULO 16 ou seja,1517 pra lá começou a falta de higiene.Os "iluministas" da Revolu-
    ção francesa,maçonaria judaica e os Protestantes é que fizeram a propaganda anticatólica
    da idade média.E quem acha que estou mentindo leia livros de um dos maiores historiadores
    da idade média: JACK LE GOLFF, ou GUSTAVO BARROSO HISTÓRIA SECRETA DO
    BRASIL.

    ResponderExcluir

Oba!! Comentários bem temperados são sempre benvindos!

Atenção - como todos os comentários são moderados ele podem demorar para aparecer. Nâo serão publicados aqueles com links ativos ou que visam a propaganda.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...