Quem passa na frente dessa casa simples pintada de verde pode não reparar que dentro dela acontece algo mágico.
D. Odete Bettú Lazzari e suas 4 filhas recebem alguns afortunados para uma refeição inesquecível de pratos italianos feitos com receitas de família. O ambiente é rústico e cheio de charme, a sala de jantar fica no porão da casa, decorada com objetos antigos e fotos da família.
Quando chegamos, fiquei muito tempo olhando em volta, reparando em tantos detalhes, tentando me situar no tempo e espaço. A Raíssa, filha de D. Odete que administra a casa, nos acolheu com sua fala mansa e sem pressa nos contou muitas histórias de sua família e região, me fazendo sentir teletransportada para outro universo.
Parei para admirar o fogão antigo e imaginar como seria cozinhar em um deles.
As mesas de madeira são imensas, como em casas de família grande, para caber todo mundo pertinho!
Acima a mesa onde sentei eu e meu marido. Demos muita sorte, a casa recebe um número mínimo de convidados por refeição e como fomos em baixa temporada. só conseguimos ir graças a um grupo que apareceu de última hora! É muito importante entrar em contato para saber da disponibilidade e fazer uma reserva, veja os contatos ao final da postagem.
Mais detalhes do espaço, ao fundo fica um bar, de onde saem as bebidas.
Repare no chão de terra batida, mais rústico e único impossível. E na parede de certificados. D. Odete se qualifica ao máximo para atender o turista. Ela foi a pioneira na região a abrir as portas de sua casa e propriedade rural para receber viajantes.
As estantes têm amostra de produtos colhidos na região e geleias, conservas e doces feitos na cozinha da casa, que estão à venda.
Depois de muita observação, conversa boa e alguns aperitivos de polenta e salame, nos sentamos para o almoço.
Não satisfeitos com um, pedimos os dois sucos de uva feitos na casa com uvas orgânicas. Os dois são ótimos, mas o de cor salmão, mais delicado e doce foi nosso favorito.
Se você está na região para tomar vinho não vai se decepcionar, a casa serve vinhos e também um vinho feito lá mesmo.
O almoço em si começa com esse capeletti in brodo. Marido que diz não gostar de sopa suspirava e repetia. Eu quase me joguei dentro da sopeira. Mas me segurei por que havia mais pratos a caminho.
Na sequência veio essa salada colorida, também orgânica com vegetais colhidos ali ao lado, na horta da propriedade. Juro que fiz o sacrifício de comer verduras! Ela veio acompanhada da carne lessa, que é a carne que é usada para fazer o caldo do capeletti. Como cozinha por muito tempo fica macia, quase desmanchando.
Depois veio o nhoque coberto com queijos e linguiça fresca e a galinha, que estava divina.
A carne assada à moda antiga veio logo depois, com batatinhas coradas e cebolas idem, como eu adoro! E feita com bacon, porque comida à moda antiga não tem frescura.
Para matar de vez a nossa fome veio por ultimo a fortaia, que é uma omelete bem temperadinha e deliciosa. Pena que só coube uma provinha.
Para finalizar a refeição uma mesa de doces caseiros, o sorvete de limão estava maravilhoso, fresco e leve. Juntei um pouco de geleia de uva e biscoitinho caseiro e fiz meu "sunday colonial". Tinha também café feito no bule.
O almoço é em sistema de "sequência", que seria equivalente ao nosso rodízio aqui no Rio. Os pratos vem vindo, vem vindo de mansinho e se você não ficar atento sai rolando. Ou dorme ali mesmo sem coragem para volar para casa.
Raíssa, que serviu a todos pessoalmente, nos perguntava toda hora se queríamos mais alguma coisa. "Mais uma carninha?" Mais uma batata corada?" "nhoque quentinho?" E nós recusávamos tudo com muito pesar, infelizmente não cabia mais.
Marido chegou a pedir por uma rede!! Raíssa muito delicada nos ofereceu esteiras para deitar e descansar. Recusamos, é claro, senão iríamos ficar ali para sempre à espera de mais capeletti e um carinho.
Durante o almoço D. Odete faz questão de cuidar ela mesmo da cozinha com muito afinco.
Mas ao final, para completar essa experiência maravilhosa, ela aparece para presentear cada convidado (sim, me senti convidada!) com essa pombinha perfeita feita de pão, representando o nome da casa. Colombina significa pomba.
A vontade é de abraçar D. Odete bem apertado na tentativa de retribuir tanto carinho!
O forno a lenha fica ao lado de fora, perto dos banheiros e ainda é usado para assar pães, carnes, etc.
Informações
O restaurante fica na Estrada do Sabor, uma rota turística rural em Garibaldi, Rio Grande do Sul. A estrada que sai do centro de Garibaldi é asfaltada e a chegada é fácil e sinalizada. Mas há também uma parte do caminho em terra, caso chegue pelo Vale dos Vinhedos.
O almoço custou por pessoa R$ 55 mais bebidas. Valeu cada centavo e por tudo que recebi achei barato. Apesar da muita comida saí de lá leve e feliz.
Para entrar em contato, olhe antes o site AQUI. Lá você encontra o e-mail e telefones e também informações sobre outras propriedades na Estrada do Sabor que recebem turistas. Infelizmente não tive tempo para visitar outros lugares.
Dica
Vá sem pressa, chegue um pouco mais cedo e não deixe de dar uma espiadinha na propriedade com seus parreiral orgânico.
O lugar parece realmente delicioso de se estar. Adorei a dica!
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