terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Caminhos de Pedra - viagem pela Serra Gaúcha

Caminhos de Pedra - restaurante Nona Ludia


Os Caminhos de Pedra foi um dos passeios que mais gostei na minha viagem ao Rio Grande do Sul. Ele reúne em um só lugar turismo rural com gastronomia e cultura, melhor combinação impossível! Fiquei fascinada. E é tudo pertinho, dá para visitar em um só dia ou até mesmo em uma manhã ou tarde. Os Caminhos de Pedra é um roteiro com lojas, restaurantes, vinículas, etc que visa preservar o legado italiano da região, então você passeia, come e ainda aprende.

Segundo o site oficial do roteiro Caminhos de Pedra ele conta hoje com 15 pontos de visitação e muitos outros de observação. Não tivemos tempo de visitar tudo, por isso nos concentramos no que era de comer e conto aqui um pouquinho para vocês. Não pense que por ser turismo rural você vai dirigir em uma estrada de terra esburacada! Pelo contrário, a maioria das atrações fica em uma só estrada, a Linha Palmeiro, que é asfaltada e bem sinalizada, fica perto da cidade de Bento Gonçalves e é fácil de achar.

Visite o site acima, veja os horários das atrações e peça um mapa no centro de visitantes em Bento. Planeje antes de ir para não encontrar sua atração favorita fechada.

A foto aí de cima é do restaurante Nona Ludia, de comida típica colonial italiana, que tem uma ótima avaliação. Não almoçamos nele, porque além de estar fechado no dia, viajamos com orçamento apertado. Mas vale parar e observar de perto a casa de pedra construída em 1880.

Não perca a árvore de tronco gigante que fica ao lado da casa. A Maria Mole serviu de abrigo para uma família de imigrantes enquanto a casa deles era construída. Loucura! É claro que não tirei foto da árvore porque até então não sabia disso! Só fui descobrir quando cheguei na Casa do Tomate e tivemos uma apresentação da história da região.

A simpática dona da Casa do Tomate nos recebe contando uma breve história das casas de pedra e dos imigrantes italianos. Imperdível para se situar no tempo e espaço e ainda tirar melhor proveito do passeio. Também não tirei foto da casa do tomate, acho que eu estava muito distraída pela beleza do passeio e esqueci. Foi mal gente!

A Casa do Tomate é uma construção moderna que está a poucos metros da estrada, a empresa fabrica e vende produtos à base do fruto, são geleias, chutneys, molhos variados, etc. O local também fabrica refrigerantes naturais que eram comuns na época, a gasosa. Na loja você pode provar toda a linha de produtos e ainda comprar cosméticos feitos com tomate e outros itens.

Achei estranho o sabor da bebida, mas vale provar. O molho de tomate é saboroso, veio na mala e já fez companhia para o macarrão faz tempo.

Pela visita e explicações você contribui com R$ 5,00. Achei justíssimo.


Caminhos de Pedra - vinícula Salvati e Sirena


Outro lugar bacana é a vinícula Salvati e Sirena, fotos acima e abaixo, a visita é gratuita e há degustação de vinhos, se quiser.

A casa tem construção em formato diferente, é octagonal e lá dentro tem uma mesa enorme no mesmo formato. O espaço está disponível para eventos e almoços para grupos grandes. A vinícula vende vinhos, claro! E também suco de uva e outros produtos da região. Uns amigos foram lá anos atrás e foram recebidos pleo dono que foi muito gentil e acolhedor conduzindo ele mesmo a degustação de vinhos. Nós não tivemos a mesma sorte, a pessoa que nos atendeu foi a menos amigável do roteiro e não nos deu atenção. De qualquer forma vale a visita, o espaço é bacana e está sendo ampliado.


Caminhos de Pedra - vinícula Salvati e Sirena


A Casa da Tecelagem, também sem foto, não tem comida, mas é um espaço bacana! É uma fábrica artesanal de tecidos, como mantas, tapetes e blusas. Não são baratos mas havia peças lindas, gamei nos echarpes. Pena que moro em uma cidade calorenta! No porão da mesma construção há o Porão de Pedra, que vende semi joias e objetos decorativos em pedras preciosas. Visitei tudo rapidamente, só tinha parte de um dia para desfrutar do passeio.

Também fomos à Salumeria Caminhos de Pedra, que vende salames, embutidos e queijos. Fiquei desapontada porque os salames não são produzidos no lugar e eu esperava ver a produção. Coisa de gente da gastronomia que não quer só comer, quer ver fazer! Mas eles oferecem degustação de todos os produtos, que são maravilhosos. Dá para fazer um lanchinho que só não é grátis porque é impossível sair de lá sem comprar nada.

Já mostrei a tábua de embutidos nessa postagem AQUI sobre as comidas de Bento Gonçalves.

A foto abaixo é da Casa de Massas e Artesanato. O local vende produtos típicos e artesanato, como o nome diz, Fabricam massas caseiras, mas não consegui comprar o tortéi que marido tanto amou! No segundo andar há ainda um pequeno museu com objetos antigos. A visita é grátis.




A Casa da Ovelha, agora também chamada de Parque da Ovelha, tem atrações de vários tipos. A degustação de queijos e doce de leite de ovelha é feita no segundo piso em uma sala especial de onde dá para ver parte da produção através de um vidro.

Há uma loja grande e bonita, que vende os queijos, doces, iogurtes e lembranças com o tema ovelha, há canecas, bichinhos de pelúcia, camisetas, cosméticos, etc. É tudo muito fofo e de bom gosto, mas os precinhos não são nada animadores. As lembranças vieram somente na minha memória.

Os queijos são ótimos e você pode comprar na loja online.


Casa da Ovelha


Tivemos que voltar na Casa da Ovelha uma segunda vez porque marido fez questão de assistir ao espetáculo de pastoreio feito com o cachorrinho Bill aí de baixo. Realmente valeu à pena. O bicho é inteligente demais e bem treinado, parece mágica, as ovelhinhas vão para lá e para cá guiadas por ele.

O espaço tem ainda atrações de amamentação de filhotes, ordenha, tosquia, etc. Pagamos R$ 25 por pessoa com direito a todas as atrações em um dia inteiro mas só fizemos duas, o pastoreio e parte da degustação. Saímos correndo para ir almoçar na Osteria Della Colombina, tínhamos reserva.

É útil entrar em contato antes para saber dos horários das atrações, algumas são sazonais e todas tem horário fixo, chegue um pouco mais cedo. Vale também tentar evitar o lugar se houver ônibus de excurção parados na porta. Quase perdemos o horário da atração por causa da quantidade de gente na fila para pagar.


Casa da Ovelha - Bill


A Casa da Erva Mate com sua roda d'água é uma construção linda! E a visita, sempre guiada, é o máximo. Nossa guia explica como é o processo de produção da erva mate, por lá ainda feita em pilões antigos.


Caminhos de Pedra - Casa do Mate


A paisagem ao redor da casa é belíssima é vale reservar um tempo para admirar e tirar fotos.


Caminhos de Pedra - Casa do Mate


Abaixo está a árvore da erva-mate, é a mesma planta que fornece o mate para o chimarrão e o mate para o carioca tomar gelado. A diferença é que o mate usa a erva tostada e no chimarrão a erva é desidratada somente.


Caminhos de Pedra - Casa da Erva Mate


A foto abaixo é do antigo forno à carvão ainda usado para desidratas a erva-mate.


Caminhos de Pedra - Casa do Mate


Depois de seca a erva vem para esses pilões gigantes, chamados de soque, que socam o produto. Esse é elétrico e é o mais "moderno" da casa e ainda é usado hoje em dia para a fabricação. A Casa do Mate está em atividade.


Caminhos de Pedra - Casa do Mate


O pilão abaixo é o mais antigo e original da casa, funciona com a força da roda d' água que você vê do lado de fora da casa nas fotos. Ela ainda funciona mas só é usado para demosntração nas visitas.


Casa da Erva Mate


Depois de pilado a erva-mate mate passa por um peneira para a retirada de galhos e já pode ser usada.


Caminhos de Pedra - Casa do Mate


Em frente à Casa do Mate há uma loja onde a família explica como preparar o chimarrão e você é convidado a provar. A erva-mate fabricada ali é vendida na loja junto com vários outros produtos feitos com a erva como sorvete, bombons e outros exóticos. Não curto chimarrão gente, nem com chocolate deu certo para mim. Mas a visita é imperdível!


Caminhos de Pedra - restaurante Casa Angelo


Acima é a linda casa do restaurante Casa Angelo. Também não almocei ali, mas a casa de 1889 é muito fotogênica e as refeições são em sistema de rodízio de comida típica italiana. Babei mas não entrei. Na próxima vez vou ter muito lugares para conhecer ainda.


Caminhos de Pedra - Casa de Cucas


Outra coisa que não comi e que me deixou babando foi a cuca da Casa das Cucas Vitiaceri, outra atração local. Estava ainda com uma cuca no hotel que me acompanhava desde Gramado e achei por bem não comprar outra para não desperdiçar. O local não oferece provas (uma lástima!) e também não vende cucas de tamanho pequeno (uma lástima maior ainda).

Diante da minha cara de decepção por não poder provar as cucas, o atendente muito solícito ofereceu uma degustação dos sucos de uva da casa. Amamos o suco acima que compramos e levamos para o hotel, ele é branco e adocicado com pouca acidez. Divino. Deve acompanhar muito bem a cuca...


Caminhos de Pedra - casa de doces Predebom


Quase passamos batido pela fábrica de doce Predebon que fica em um galpão atrás de uma construção modesta. Fui por obrigação mas sem esperar muita coisa, esse nome Predebon que tenho dificuldades em lembrar e escrever não me animou em nada. Por curiosidade comprei um doce de banana, que é meu favorito no mundo dos doces de frutas, para trazer, mas vim a viagem toda me perguntando porque não tinha comprado um doce mais típico da região como de uva ou de pêssegos. Doce de banana feito no sul era no mínimo suspeito. Mas quando abri o vidro que custou somente R$10 me arrependi de não ter comprado mais doces. De banana! Foi um dos melhores doces de banana que já comi na vida, avermelhado com textura firme mas macia e doçura no ponto. Quem vê cara não vê coração, ou melhor, quem se preocupa com o nome não sente o sabor!

A foto está feia mas posto aqui de qualquer forma, ela é só o que sobrou do doce em poucos dias. Comi acompanhado da nata que também veio na bagagem.


Caminhos de Pedra - doce predebon



E se você for prove dos outros sabores e venha me contar o que eu perdi, ok?

Na volta do passeio almoçamos no restaurante Per Mangiare que fica bem  no início da Linha, entramos porque era muito barato e não resisto à uma boa pechincha! Custou R$ 15 por pessoa pelo buffet de comida simples e caseira, para comer o quanto quiser. Chegamos em torno das 14:00 e nesse horário os restaurantes para almoço na região já estão fechando, o bufê estava quase vazio e com cara de ontem, mas a atendente ofereceu para fritar uns bifinhos com ovos na hora. Aceitamos, claro. E completamos a refeição com uma salada de batatas muito boa mais arroz e feijão. A comida estava muito saborosa, com ótimo tempero.

Preparando sua viagem para o Rio Grande do Sul? Não deixe de ver as outras postagens da série Aromas e Sabores da Serra Gaúcha.


Um comentário:

  1. Nossa, passeei com vc kkkk
    Passeio lindíssimo mesmo. Parabéns!
    Bjssss e uma ótima noite p/vcs

    ResponderExcluir

Oba!! Comentários bem temperados são sempre benvindos!

Atenção - como todos os comentários são moderados ele podem demorar para aparecer. Nâo serão publicados aqueles com links ativos ou que visam a propaganda.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...