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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Visita à fazenda de coco da Sococo



Ano passado visitei a fazenda de coco da Sococo, que fica perto de Belém, no Pará. A fazenda é imensa e tem quase um milhão de pés de coco, eu nunca havia visto tantos coqueiros juntos!

Me animei tanto com a paisagen incrível que tirei mais de 300 fotos. Foi dificil processar e escolher poucas entre tantas imagens. Mas enfim, elas estão aqui e conto um pouco como é a coleta da fruta.




Muitos coqueiros a perder de vista!! Na foto acima repare no chão os vários sacos onde os cocos vão sendo colocados depois de colhidos.




Para retirar o coco do pé, ele é cutucado com uma vara imensa e cai ao chão. Haja habilidade!



 
Do chão os coco são recolhidos pelo funcionário que os coloca nas cestas que os burricos carregam. Adorei os burros e não me cansei de fotografá-los!




É incrível como os animais ajudam os seres humanos em muitas atividades. Esses são "funcionários" da fazenda, são bem tratados e parecem contentes e compenetrados em sua função.




Nos intervalos do trabalho eles aproveitam para comer um matinho tranquilamente!

Cada funcionário humano é responsável pelo seu ajudante e é sempre o mesmo burro que o acompanha. Eles aprendem o ofício e a obedecer a seu tratador.




As cestas têm uma abertura na parte de baixo, por onde os cocos saem diretamente para os grandes sacos de lona.




O tratamento dos animais inclui boa alimentação e um banho refrescante ao final da jornada diária. Os burros têm folga junto com seu tratador e também saem de férias junto com eles. São ou não são funcionários da empresa?




Os ônibus da Sococo transportam os funcionários através da fazenda.




Os sacos de lona têm alças que se encaixam no gindaste da foto abaixo. Outra vez os cocos saem por uma abertura na parte de baixo e escorrem para o caminhão. De lá vão para a fábrica onde serão processados.




Coqueiros e mais coqueiros!! Os que são mostrados nas fotos dessa postagem são usados para retirar a polpa, que é descascada, ralada e desidratada para a venda.




Abaixo as pragas que podem aparecer no coco. Repare no terceiro vidro. Não é a "minhoca" que o povo de alguns países consomem grelhadas?? Eca!

A fazenda tem um laboratório para controle dessas pragas, a última foto é de culturas. Mas a luz estava tão bonita na hora que ficaram parecendo velas iluminadas.




Adorei a visita e agradeço à Sococo e o Armazén das Especiarias pela oportunidade!

Aproveite para ver os vencedores do concurso de receitas com coco, lembra que eu divulguei aqui no blog? Há muitas receitas legais de entradas, pratos principais e sobremesas para conhecer e fazer em casa.




sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Queijo de Marajó



Fiquei muito feliz quando encontrei esse queijo de Marajó para comprar na viagem que fiz a Belém do Pará. Assim posso mostrar para você nessa coluna um queijo bem brasileiro e ainda desconhecido da maioria de nós. Nosso guia me disse que esse da foto que comprei é de boa qualidade como os que ele costuma comprar em viagens pelo interior do estado.

O queijo de Marajó é feito com leite cru de búfala desnatado, resultando em um queijo de cor bem branca que chega a ser azulado! Ele é feito pela coagulação natural do leite, não é usado fermento lácteo, e sua massa é cozida. Ele não é prensado e adquire a forma do recipiente onde é envasado depois de descansar por 28 dias.

Por ser de búfala, é um queijo mais leve e tem um teor de colesterol menor do que de outros queijos.

Existem dois tipos de queijo de Marajó: o do tipo creme e do tipo manteiga. Esse é do tipo creme. A nomenclaruta tem a ver com o método de produção, usando creme ou manteiga, não com a textura do queijo, como eu pensei a princípio.

É um queijo produzido em toda a ilha de Marajó, inicialmente com leite de vaca, que foi sendo substituído aos poucos com o aumento do rebando de búfalos.

O queijo é produzido em sua maior parte de forma artesanal por pequenas e médias queijarias e ainda há muito esforço para que se consiga a padronização do produto. Existe um movimento para que o queijo receba uma certificação nacional, tenha uma denominação de origem e possa ser comercializado em todo o país. Que a espera seja breve!

Ele tem sabor bem adocicado, salgadinho, é forte de início, mas depois seu sabor se torna suave na boca.


Como utilizar na culinária

Eu gostei mais dele quando derretido, ele mantém a forma e fica com uma linda cor gratinada.

Provei pela primeira vez sobre um filé no restaurante Remanso do Bosque e depois aqui em casa experimentei por cima de um frango grelhado com molho pesto e em vários sanduíches. Gostei de tudo.

O queijo pode ser adicionado a risotos, quiches, recheios para massas, tortas, etc. Vi uma receita do queijo à milanesa que me deixou com água na boca. Pena que o meu pedaço já acabou!

Ele pode ser servido com doces, como o de cupuaçu ou nossa tradicional goiabada.


E você que é do Pará! Me conta como gosta de comer e usar o queijo de Marajó na culinária.


quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Onde comer em Belém do Pará?



Passei três dias deliciosos em Belém e nesses pouco dias tive a oportunidade de comer em 5 restaurantes diferentes e dos melhores da cidade, comi muito! Aproveito para mostrar a vocês e indicar os lugares que são ótimos, gostosos e aconchegantes, cada um no seu estilo.

Veja abaixo, por ordem de degustação, como foi minha odisseia gastronômica que, junto com um sorvete por dia de frutas da Amazônia, me fez engordar 1 kg!


Restaurante Lá em Casa

Estação das Docas
Galpão 2 Loja 4
Tel: (91) 3212-5588

O restaurante Lá em Casa do Paulo Martins é o mais famoso de Belém. Fui lá para o almoço, que costuma ter um buffet com pratos regionais, mas a chef preparou para nós um cardápio especial que usou o coco em todos os pratos.

O restaurante fica na Estação das Docas, um complexo de restaurantes e lojas, de onde você pode apreciar a linda vista da primeira foto.




A entrada de camarões empanados em coco ralado estava divina e era muito farta, quase não sobrou espaço para o prato principal que está na foto abaixo.

Pirarucu salgado com molho cremoso e arroz de coco. Eu tinha horror a pirarucu salgado, mas esse estava ótimo, lembrando mesmo o bacalhau, tirei minha má impressão!




Boteco das Onze

Casa das 11 Janelas
Tel: (91) 3224-8599

O Boteco das Onze fica dentro do casario histórico conhecido como Casa das Onze Janelas. Ele tem vários ambientes e escolhemos sentar na varanda, de frente para o mar, onde batia uma brisa deliciosa.

Eu comi risoto de pato no tucupi com jambu que estava muito bom. Mas só pude ver a cor do prato depois que tirei a foto, estava muito escuro.

Os amigos comeram esse salmão da foto abaixo.




Point do Açaí

Rua Óbitos 206
Cidade Velha
Tel: (91) 3032-3269

O Point do Açaí é um restauratne simples de comida caseira e especializado, como o nome diz, em pratos acompanhados por açaí. Sim, no Pará o açaí é acompanhamento para pratos de peixe, camarões, etc, e e eu tinha que provar! Me convenci de que não é a minha praia gente, não sou fã de açaí e o do norte, muito mais forte, não me agrada. Peeciso ir a Belém mais vezes para me acostumar com ele.

Mas o peixinho do lugar estava ótimo, muito fresco e sequinho. Pedimos esse prato com 5 variedades diferentes de peixes amazônicos. Foi o máximo prová-los todos de uma vez só.

O açaí vem muito gelado em jarras na quantidade absurda de meio litro por pessoa. Para sair de lá direto para uma rede.




Restaurante Benjamim

Av. Benjamim Constant 1326
Nazaré
Tel: (91) 3343-3758

O super simpático Chef Sérgio Leão nos recebeu pessoalmente e entre cada prato de seu menu degustação ele surgia em nossa mesa com um largo sorriso nos lábios nos presentendo com a descrição dos pratos, muita informação e conversa das melhores.




O menu foi composto de 5 pratos salgados e a sobremesa. Gente, no terceiro prato eu já estava satisfeita, no quarto estava cheia, no quinto estufada e a sobremesa só desceu porque estava muito boa e era macia... Raspei tudinho, comida boa a gente não desperdiça, não é?

Acima sopa de abóbora com leite de coco e gengibre e arraia desfiada sobre um pirão picante mas não muito. Maravilha!




Acima nosso prato sendo preparado na cozinha que fica exposta através de uma janela de vidro que dá para um mini jardim. Ao lado como ficou o peixe com banana da terra.



 
Pupunha é outra ingrediente que eu só havia provado em natura e detestado! Mas feito em um purê hiper macio, temperado com leite de coco coco e servido com peixe estava divino. O prato originalmente é servido com camarões, mas o chef prontamente trocou para mim. Como sou alégica e me empolei toda depois dos camarões do Lá em Casa preferi não arriscar.

O magret(peito) de pato servido com arroz de tucupi e jambu estava maravilhoso. Já não cabia mais, mas comi feliz.

Abaixo as cocadinhas de sobremesa: com cupuaçu e com maracujá.





Restaurante Remanso do Bosque

Av. Romulo Maiorana com Perebebui
Marco
Tel: (91) 3347-2829

O chef Thiago Castanho que comanda o restaurante com seu irmão, foi eleito o melhor chef de Belém pela revista Veja. Mercido! O restaurante que foi inaugurado o ano passado é lindo, agradável e tem serviço impecável. A comida estava ótima, muito bem apresentada e me prepararam um filé bem passado sem reclamar, amei!

De entradinha pedimos esses tradicionais, muito bem feitos e crocantes beijus, cobertos com parmesão e servidos com manteiga de ervas.




Minha carne da foto abaixo veio coberta de queijo de Marajó. Minha acompanhante pediu esse prato de camarão super colorido e bonito.




A sobremesa me deixou com gosto de quero mais!! Crumble de banana com castanha e sorvete de tapioca. Uma forma deliciosa de terminar uma refeição e nos despedir de Belém. Apesar de eu ter conseguido ainda tomar um sorvetinho no aeroporto...




Não deixe de ver também as outras postagens sobre os Aromas e Sabores do Pará.


domingo, 27 de junho de 2010

A saga do AÇAÍ do pé à tigela



A foto de abertura dessa postagem é do chão de paralelepípedo do mercado de açaí que fica cheio das sementes da fruta! Mesmo no fim da tarde, sem nenhum açaí por perto, o chão não deixa dúvidas de que é lá que ele fica.

O açaí é um pequeno fruto amazônico que ganhou o mundo! Quando estive no Pará tive a oportunidade de acompanhar o açaí desde seu pé, passando pelo seu comércio até a tigela, ou seja, a venda de sua polpa (também chamada de vinho) no mercado, por isso o título da postagem onde mostro um pouco do que aprendi! A postagem ficou um pouco grande, mas preferi não dividir... Acho que vocês vão gostar!



O açaí é o fruto de uma palmeira nativa da Amazônia que cresce de forma espontânea no Norte do Brasil, em várzeas e áreas de muita umidade.

Hoje em dia existem plantações de açaí em várias áreas do Norte mas ele era coletado somente de forma extrativista até 20 anos atrás.

Mudou o manejo, mas não a forma de coleta, que ainda é feita da mesma maneira desde o século passado! Seu Ladir, esse senhor de 72 anos das fotos abaixo, nos mostrou como sobe no açaizeiro desde que tinha 7 anos de idade para coletar os frutos.


As palmeiras podem chegar a 30 metros de altura, uma subida e tanto!

Primeiro se faz a peconha: as folhas do próprio açaizeiro são enroladas para formar uma "corda" que é então amarrada aos pés do coletor para facilitar a subida na palmeira. Essa mesma técnica é usada desde o século passado por coletores de diversos frutos no norte do Brasil.


Seu Ladir no topo do açaizeiro (e de seus 72 anos!) assustou a todos passando de uma árvore a outra com uma agilidade incrível e desceu rapidamente! Os coletores passam de um pé ao outro e podem colher até 5 galhos em cada subida.

Durante a safra famílias inteiras colhem o fruto, principalmente as crianças que são mais leves e ágeis.


Depois, atendendo aos nossos pedidos, Sr.Ladir subiu em outra palmeira e colheu um galho de açaí para nossas fotos! Dessa vez desceu devagar dizendo que com o galho não podia descer correndo!


O galho ainda estava com os frutos parcialmente verdes. Viajamos em março, a melhor época para ver (e comer) os frutos é no verão Amazônico (de agosto a dezembro).

Da mesmo palmeira se tira o palmito, é muito saboroso mas como causa a derrubada da planta não é muito comum.


O galho do açaí bem de perto. Lindos frutos! Eles são colhidos, colocados em cestas feitas com a palha da própria palmeira e levados de barco até a feira do açaí nos arredores do mercado ver-o-peso em Belém.


Fomos à feira antes as seis da manhã, os barcos começam a chegar de madrugada e o pátio já estava cheio de gente e de açaí quando chegamos.

Pelo mercado de Belém passa a maior parte do açaí brasileiro. Barcos chegam de todos os lugares e até de estados vizinhos, alguns viajando por muita horas. No caso de viagens longas o açaí é transportado em gelo para não deteriorar.


O dia começa a clarear, uma linda paisagem!! Na foto, a torre do mercado de peixes do ver-o-peso.


Os cestos de palha tem medida padrão e neles cabem aproximadamente 15 quilos do fruto. São chamados de paneiros e são descarregados na cabeça como na foto acima, alguns homens carregam 4 ou 5 paneiros de cada vez.


Fomos na entressafra, cada paneiro de açaí estava custando R$ 35,00. Na época do verão o valor pode descer para R$ 8,00.


Os paneiros já vazios dão cor ao lugar.

Os frutos vendidos são passados para sacos de juta ou plástico e transportados para empresas processadoras ou diretamente para as lanchonetes da região. O estado do Pará consome mais da metade do açaí que produz.


Para nós o pátio estava lotado, mas durante a safra o movimento mais que triplica!


O dia já clareando e a linda vista da feira.


Os compradores provam o açaí in natura. É claro que nós também provamos mas para mim ele não tem gosto de nada e não pude sentir a diferença entre um e outro! Preciso ir mais vezes à Belém!

Para os conhecedores existem várias diferenças além do tamanho do fruto - maturidade, quantidade de polpa, sabor mais ou menos pronunciado, etc. O local onde foi coletado também interfere no sabor e o açaí da Ilha das Onças e Ilha do Combu é bem conceituado e geralmente mais caro que os outros.


É um fruto lindo, parecem bolinhas de gude, pequenos e duros... Dá vontade de brincar! Os vendedores não reclamam se colocamos as mãos, já que os compradores também fazem isso para avaliar o produto.


Fomos muito bem tratados no feira, os comerciantes nos deram informações, não reclamaram das fotos e filmagens e responderam as nossas perguntas com simpatia.



Depois do passeio à feira e ao Sr. Ladir fomos tomar uma tigela de açaí, é claro!! O funcionário muito simpático e solícito nos ajudou, nos explicou o processo para extrair a polpa e ainda posou para fotos!


A foto acima é do açaí descascado. A polpa do fruto é mínima!!! Todas as "bolinhas" brancas que vemos acima são sementes. A polpa que consumimos é extraída da parte finíssima de polpa e casca escura que dá a cor roxa ao produto final, ela é riquíssima em antocianina, um poderoso antioxidante natural que ajuda a baixar o colesterol.

O açaí é rico em vitaminas e fibras, mas é muito calórico. Por muitos é considerado um super alimento e está sendo exportado para o mundo todo.


A polpa do açaí saindo da máquina extratora. O açaí entra por cima com um pouqinho de água, a polpa sai por baixo e os caroços pelo outro lado. Para fazer uma polpa mais grossa o açaí é processado com a própria polpa no lugar da água.


As sementes de açaí são muito usadas em bijuterias e artesanato. São tingidas com várias cores e efeitos diferentes. No ver-o-peso você encontra as sementes tratadas para vender.


Nosso amigo enchendo os saquinhos de açaí. Em sacos plásticos transparentes eles vão para a casa dos clientes.


Que tigelão lindo, não é?? E olha que a polpa estava "fina" - estávamos na entressafra e o açaí não era o de melhor qualidade!

O sabor é pronunciado e com gosto terroso, bem diferente da polpa rala e gelada que consumimos no restante do país. É um sabor adquirido, quem não conhece estranha o gosto forte, como nós.


Os paraenses consomem o açaí principalmente como acompanhamento para peixe frito! Não tive a oportunidade de provar desse jeito devido aos horários. Eram 8 da manhã e peixe frito não rolaria...

No estado do Pará o açaí é mais consumido do que feijões!! É o que sacia de forma muito saudável a fome dos ribeirinhos e da população local. A vida por aquelas bandas é dura, mas com peixe fresco, açaí, castanha-do-pará, mandioca e ainda uma variedade de frutas locais quem necessita de carne ou produtos industrializados??

Outra forma comum de consumo do açaí é com farinha de tapioca ou de mandioca e açúcar. É claro que provamos o nosso bem doce e ainda pedimos gelo! Turistas!

Voltamos à lanchonete no dia seguinte para provar açaí outra vez... para nos acostumar com o sabor forte do produto.


Com o açaí podem ser feitos muitos pratos. O sorvete e bombons são os mais encontrados. Não sei, mas não consegui me adaptar ao sorvete de açaí produzido em Belém! Muito cremoso e gelado como gosto, mas o sabor é muito forte! E olha que provei umas 6 vezes para ter certeza...

Também provei um sorvete de açaí aqui no Rio para comparar, de gosto suave me agrada mais, mas ainda não compraria.

Com o açaí podem ser feitos doces como pudins, musses, brigadeiros, tortas, geleias, etc. E pode ainda ser usado em pratos salgados como molhos e chutneys.


A fota cima é do açaí na tigela como é vendido aqui no Rio de Janeiro e em outros estados. Congelado, batido com xarope de guaraná e com granola, banana ou outros ingredientes parece um sorbet. Fui a uma lanchonete para provar e comparar sabores... Não sou muito fã de açaí e só havia tomado uma vez antes de ir a Belém.

O sabor fica bem diluído, mas prefiro assim a la carioca. Fazer o quê?? Tenho que ir mais vezes à Belém para me acostumar com o original!!
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