terça-feira, 21 de junho de 2016

Como comer barato em uma viagem aos Estados Unidos

Buffet de salada do King Soupers


Faz anos que estou para escrever essa postagem muquirana, mas a viagem passa e termino desistindo. Mas dessa vez vai! Afinal de contas com o dólar instável e a vida difícil aqui no Brasil viajar com economia pode ser a diferença entre ir ou não ir. E eu sempre voto por ir, mesmo que com pouca grana, pois viajar sempre vale à pena, não é mesmo?! Mas se você está rico nem precisa continuar lendo o texto.

Acho que em todas as viagens que fiz para os EUA eu estava com a grana apertada, mas jamais reclamei da comida. A comida para mim vem em primeiro lugar, mas o meu comer bem não significa comer nos melhores restaurantes, mas comer comida super saborosa e razoavelmente saudável (quando possível!). Conheço muita gente que volta dos Estados Unidos reclamando que comeu mal mesmo não tendo tentado economizar. Fico intrigada! O país é imenso e oferece de tudo, não só de sanduíches vive a terra do tio Sam, mas sem conhecimento e planejamento (e com fome!) pode realmente ficar difícil comer bem.

Reuni aqui algumas dicas que venho juntando com a prática de "pão durisse". Na sua próxima viagem vai dar para você comer direito sem gastar tanto e até para esnobar no Instagram (aproveita e checa o do @aromasesabores).

Minha primeira visita, quando chego nos States, é ao supermercado próximo ou a uma farmácia tipo Walgreens ou CVS. É claro, sou uma "louca por mercado"!! Mas tenho outra razão importante, compro meu kit de sobrevivência: batata chips, amendoim com mel, chocolates e quando necessário, água. E também ataco um pote de sorvete, Hagen Dazs ou Talenti, que lá custam muito mais barato.

Esse kit eu levo sempre para comer no carro, ônibus ou até no avião, já que agora não te dão mais lanche! Se estiver com fome não vai conseguir esperar até chegar no local programado e vai comer o que aparecer pela frente. Eu adoro levar batata frita tipo chips que é vendida em sacos imensos e são baratas e tenho sempre guloseimas. Mas se puder tentar equilibrar uma dieta de viajante (sempre mais calórica!) com frutas, castanhas e barras de cereal melhor ainda. Há à venda chips de todo tipo de legumes assados, ovos já cozidos e barras de castanhas ou de proteína de inúmeros sabores. As barras por lá são maiores e vale à pena comprar em pacotes com 6 ou 12. Para beber há sucos saborosos, leites vegetais e muito mais.

O que costumamos fazer é tomar um bom café da manhã em casa (digo  hotel ou casa de amigos), beliscar algo em trânsito para não morrer de fome e almoçar o mais barato possível para ter um pouco mais de grana para jantar em algum lugar melhorado. Se o almoço sair caro damos uma economizada maior na janta. O que acaba acontecendo comigo é que a grana economizada em refeições termina sendo gasta com ingredientes, doces e inutilidades culinárias que eu amo experimentar! Mas tá valendo, né?

Veja nesse posta AQUI o que vi (e comprei) nos mercados na última viagem.

E não deixe de ver também a coluna Aromas e Sabores do mundo, onde mostro o que comi e encontrei de comida por aí.

Eu não bebo refrigerante e raramente bebo outro líquido que não seja água. E bebo bastante. Então tenho sempre comigo uma garrafa de água, que pode ser "enchida" no hotel, na casa de amigos ou em bebedouros afora. No aeroporto entro com uma garrafinha vazia que encho depois de passar pela inspeção de segurança, alguns aeroportos americanos já tem inclusive bebedouros próprios para encher garrafas. Também consigo meu "refil" em bebedouros de lojas. Pergunte na recepção do hotel ou ao seu anfitrião se a água da bica é potável, quase sempre é, mas pode ter um sabor pesado, bem diferente da nossa água, devido ao tratamento recebido. Quando tenho de comprar dou preferência pelo garrafão que sai mais em conta e vou enchendo minha garrafa aos poucos. Transporto o garrafão no carro com certeza e sem vergonha!! Em maio pagamos U$ 0.99 por cada 4 litros, se comprasse uma garrafinha cada vez que tivesse sede pagaria de 1,50 a 3 dólares por cada 500 ml. Bebo uns 3 litros por dia, o que daria na melhor das hipóteses U$ 9 ao fim do dia, grana que já daria para uma refeição; ou U$180 ao final da viagem, o que já daria para encher a mala de chocolates ou comprar algum utensílio bacanérrimo. Se for pego com sede e desprevenido procure pelas máquinas tipo "vending machine", que estão localizadas próximas aos banheiros de shoppings e oulets, quase todos têm! Vai te custar menos do que em um restaurante ou lanchonete e a máquina também vende refri.

Antes de viajar mapeie os restaurantes próximos (e baratos) do local onde vai ficar e próximos aos locais onde vai visitar. Pesquise restaurantes e lanchonetes bons e baratos em blogs e sites, pesquisar em inglês faz toda a diferença já que há mais publicações nesse idioma. As palavras "cheap eat", "cheap restaurant" e cheap food" costumam trazer bons resultados. Mas confira as resenhas, precisa ser barato e bom!

Restaurantes latinos costumam ter bons preços e comida familiar como arroz, feijão e banana frita. Os chineses são baratos, principalmente os "take away" (para viagem). Havia um chinês em Yonkers, onde eu ficava perto de Nova York, que com U$ 10 dava para comer 3 pessoas fácil. Eu adoro explorar os restaurantes diferentes como indianos, tailandeses, gregos, etc. que muitas vezes têm ótimo preço e servem arroz! Se possível saia do centro turístico da cidade, ou pelo menos das ruas principais, quanto mais afastado melhores os valores. Procure também cadeias menores e regionais de fast food, a maioria dos sanduíches são muito melhores do que os Mac Donalds da vida.

Jamais saia do hotel morrendo de fome sem saber para onde ir. É certo de você parar no primeiro local que encontrar, que ele pode ser caro e o pior de tudo, pode ser ruim! É impressionante onde a fome pode nos levar.

Como falei antes planejar é tudo. Antes de viajar visite sites de coupons de desconto para as cidades onde você vai. Consegui um bom desconto na minha amada sorveteria Cold Stone e também no Subway, onde um sanduíche com bebida e cookie saiu a U$ 4. Quando fui ao Arizona dois anos atrás cheguei a comprar coupons pré-pagos tipo Groupon para restaurantes com 40% de desconto, mas dessa vez não consegui nenhuma empresa que aceitasse cartão de crédito de fora. Mas se você tem parentes ou amigos na cidade talvez valha à pena pedir um favor. Fique de olho também em revistas e jornais de bairro que sempre trazem coupons de desconto.

Para quem vai para Denver/Colorado, recomendo o site http://www.milehighonthecheap.com que publica dicas de restaurantes em promoção. Foi lá que descobri que o Baskin Robins estava dando sorvetes grátis no dia em que cheguei na cidade! Infelizmente não pude ir, mas valeu a água na boca.

A maioria dos restaurantes americanos tem cardápio diferente e mais em conta para o almoço. E algumas lanchonetes tem dias de desconto, como um mexicano em Denver que vende tacos de peixe por U$ 1,50 às terças. As happy hours e o menu do dia também podem ser boas opções.

Para um café da manhã caprichado procure por lanchonetes de bairro tipo pé sujo, onde você encontra donuts e muffins. Elas sempre vendem pão com ovo gigantes que vão te deixar estufado pelo dia todo. A Port Authority, terminal de ônibus de Nova York, tem uma dessas no subsolo.

A maioria das redes de supermercado, incluindo a Whole Foods (mercado de comida natural e orgânica) vende comida pronta. Os Whole Foods costumam ter comida à quilo bem variada e razoavelmente saborosa. Só cuidado porque a maioria dos pratos são mais apimentados que os nossos. Marido sofre!

Esse bufê de saladas da primeira foto é do mercado King Soopers. É um self-service por quilo que funciona somente na hora do almoço e tem de tudo: folhas, frutas, legumes, grãos, queijos, frango, etc., você paga somente U$ 4,99 por cada meio quilo de salada. Aproveite para abusar dos cogumelos frescos, cranberries e outros ingredientes que são caros aqui no Brasil. Pagamos menos de U$ 4 por cada salada completa, um achado para quem ia depois para o tatame treinar. Se estiver bem apertado de grana, não coloque os molhos do bufê que vão pesar seu prato. Depois que pagar, perto de onde ficam os garfos, guardanapos, etc. você encontra molhos em saquinhos tipo de ketchup, que são grátis, e nesse local tinha até o molho de gorgonzola que amo. Mas descobri tarde demais, deixo para usufruir da minha dica na próxima viagem. Verifique antes se o local oferece os molhos para não acabar com a salada seca, ok?!

Os supermercados também vendem sanduíches, sopas, pizzas, comida japonesa, chinesa, frango frito, doces e muito mais. É claro que a oferta de comida depende da cadeia e tamanho do mercado, mas vale à pena investigar. Comida pronta e quente, com lugar para sentar e sem ter de pagar gorjeta é um presente! Às vezes é por quilo, outras vezes com preço fixo, mas de modo geral a qualidade é boa e os preços menores. Você ainda pode comprar a bebida no mercado e esbanjar se agarrando com um pote inteiro do melhor sorvete para sobremesa! Mas cuidado que a maioria só serve comida na hora do almoço.

Se você tiver um micro-ondas à disposição recomendo a lasanha refrigerada do mercado "Trader Joe". Comprei uma na Califórnia e adorei! Na época, faz uns 5 anos, custou menos de U$8 e deu para 2 pessoas. Esse mercado também vende outras comidas refrigeradas mas infelizmente não tive a oportunidade de conhecer. Vale ressaltar que essas comidas são naturais, sem conservantes ou aditivos.

Também á fácil encontrar um "frango de padaria" nos mercados por menos de U$10. Não é preciso cozinhar, dá para cortar e colocar no pão com uma boa lambuzada de cream cheese. Falando em queijos, para quem gosta de Ementhal, ele é muito comum nos Estados Unidos e seu preço é ótimo. É vendido já fatiado, chamado de Swiss. Só evite aqueles queijinhos processados com sabor de plástico que ninguém merece. Aqui a pobreza é de grana, não de espírito!

Uma parada agora obrigatória para nós é o mercado atacadista CostCo. Para fazer compras você precisa ser membro ou ser convidado de um membro do "clube".  Mas para comer na lanchonete basta ter cara de pau, é permitido entrar e comer sem acessar o mercado propriamente. A lanchonete vende um combo bizarro e imbatível no quesito economia: U$ 1,50 pelo cachorro quente da foto abaixo com molhos à vontade mais refrigerante de máquina gigante com refil. E o preço aumentou, costumava ser U$ 0,99. Se você não curte hot dogs pode ficar com uma fatia de pizza bem grande, mas cuidado, ela é bem mais cara, custa U$ 2 sem bebida.

Adoramos o mercado de atacado e fico louca com as caixas imensas e baratas de produtos que não posso trazer para casa. Sonhar faz bem! Mas cuidado se for fazer compras na CostCo, não se anime muito para não acabar comprando comida demais e desperdiçar.

Descobri também nessa viagem que os supermercados têm uma gôndola de "liquidação" perto da padaria/confeitaria. São produtos que estão a vencer ou não estão 100% em forma. Comprei um ótimo bolo de limão e um pão muito saboroso pela metade do preço original. O setor vale uma espiada antes das compras.

Para quem curte guloseimas o World Market, uma loja de utensílios e móveis que também vende vinhos, queijos, chocolates e outros itens de alimentação importados, tem uma prateleira de "sale"(promoção), comprei uns baklavas (folhados) maravilhosos por U$2 a caixa com 6.

Também para guloseimas as lojas de desconto Marshalls, TJMax e companhia vendem biscoitos, caramelos, chás, etc de boa qualidade por valores mais baixos. Minhas barras de Lindt vêm sempre dessas lojas. Esse ano custaram U$ 1,99 cada enquanto nos mercados estavam por 2,49 ou 2,99.


Cachorro quente do cost co


Se você tiver uma cozinha a sua disposição e um pouquinho de vontade dá para preparar um macarrão simples besuntado com um molho pronto que desce que é uma beleza! Há vários sabores de molho à venda em potes de vidro e os de tomate são maravilhosos e adocicados, nada parecidos com os nossos. Recomendo também os molhos "a la vodka", receita que já publiquei aqui no blog e adoro! Para esbanjar compre queijo parmesão e cogumelos frescos ou junte àquele frango de padaria a sua massa. Para os menos treinados na cozinha, uma caixa de mac and cheese (macarrão com queijo) pronto pode ser uma saída, por U$1 e pouco, às vezes até menos, dá para encher a pança. Para incrementar junte presunto picado ou mais queijo. Miojo não rola no meu repertório, mas se você curte, vai fundo mas não exagere, comer miojo todo dia pode deixar você fraco e desnutrido ao fim da viagem. Eu também compro sopas em latas ou tetra pak e é só aquecer, são naturais e perfeitas para o fim de um dia frio e cansativo.

Às vezes dá até para comer de graça, fique de olho em degustações em gôndolas de mercado e às vezes nas ruas. Os americanos são generosos! Dentro da CostCo dá para fazer uma refeição completa. Dessa vez em frente a um mercado ganhei um hot dog inteiro com direito a levar para casa miniaturas de vidrinhos de molhos. Marido se deu mal, a salsicha tinha pimenta jalapeños! Mas eu comi o meu feliz.

Procure também pelas comidas de rua, agora em formato food truck. Não esbarrei com nenhum em Denver, mas em Nova York e Los Angeles se você tropeçar na rua cai dentro de um. Eles tem preço acessível, porções generosas e dá para seguir nas redes sociais para ficar por dentro do cardápio e localização.

Quando for a um restaurante não tenha vergonha de levar o que sobrou para casa. Essa prática é muito normal por lá! De modo geral eles te dão uma caixa ou várias caixas (chamadas carinhosamente de "dog bag') para que você mesmo acomode sua comida. Se tiver vergonha pode dizer que é para o cachorro, mas não deixe comida para trás, a não ser que esteja ruim ou que não vá comer mesmo. Dessa vez tivemos tanto barbecue sobrando que desfiado e colocado dentro do pão rendeu uma refeição ótima para 4.

Hoje em dia dá para conferir tudo pela internet antes de viajar e se programar para tirar melhor proveito do seu suado dinheirinho. Espero ter ajudado na sua próxima viagem! Depois que voltar me conte tudo, ok?

Se tiver alguma dica quente de comida bacana e barata ou alguma nova maneira para economizar conta aí nos comentários.


Um comentário:

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