
O complexo do mercado ver-o-peso em Belém do Pará é considerado a maior feira livre da América Latina. Foi construído em 1665, tem prédios históricos e é a mais importante atração turística de Belém.
É um prato cheio de novidades, cores, aromas e sabores para todos que curtem a gastronomia!
Eu adorei o lugar e me diverti horrores vendo e provando os aromas e sabores da nossa incrível e diversa Amazônia! Mas me sinto na obrigação de protestar.
O que está escrito abaixo é um protesto aos governantes e políticos locais e de forma nenhuma é para desestimular à visita ao mercado, que é o máximo e eu voltaria lá mil vezes caso não fosse tão longe!
Os arredores do mercado são imundos, o lugar cheira mal e ainda por cima é considerado perigoso pelos locais! Você não imagina o estresse para filmar e fotografar lá dentro. Os conhecidos ficaram tão preocupados, que uma pessoa chegou a sugerir escolta policial!!
Como não tínhamos tempo para isso fomos só com a cara e a coragem mesmo! De modo geral não me senti ameaçada nehuma vez e não sofremos nenhum tipo de violência, mas a visita foi tensa. Ao raiar do dia no mercado do açaí o cinegrafista e o fotógrafo (que moram na cidade) estavam com tanto medo que e se recusaram a ir a alguns pontos "escuros e escondidos"! Isso nos deixou ainda mais alerta.
Em outro dia na parte da tarde, um guarda infeliz e que deveria estar lá para proteção das pessoas passou por mim, apontou para minha máquina fotográfia (digital e compacta), disse cuidado e foi embora!! Outras pessoas na feira nos avisavam e aconselhavam que tomássemos cuidado...
Socorro autoridades!!! Como pode uma das maiores atrações tuísticas do norte do Brasil ser perigosa?? E fedorenta? Lixo espalhado pelo chão, muitos restos de peixe a apodrecer, urubus a rondar e trombadinhas à espreita!!

Bem, deixemos o ruim e vamos ao lado bom!!
O ver-o-peso vende de tudo: verduras e frutas variadíssimas(veja
as frutas nessa matéria separada), farinhas de todos os tipos, camarões e peixes secos, artesanato, remédios naturais, ervas e mandingas, animais vivos e mortos, temperos típicos como o
tucupi, feijões, favas e grãos e etc.
Ainda há no complexo o mercado de peixes (muito limpo e organizado),
o mercado do açaí e muitas barracas onde podemos provar ali mesmo os produtos e pratos locais como o açaí com peixe frito, o tatacá, etc e aplacar a sede com sucos de frutas locais.
O mercado é bem organizado e separado por tipo de comida, por exemplo, as barracas de farinha ficam todas próximas, facilitando as compras.

Acima a visão de parte do mercado visto de cima do pequeno museu do Índio. O espaço abriga poucas coisas, mas expõe lindas fotos.

Muitos temperos coloridos e uma turista "louca" ao fundo tirando fotos...

Pimentas-do-reino e temperos secos...

Tomando açaí na tijela - sem peixe frito. Eram 7:30 da manhã, peixe frito não desceu!

Lindas carnes secas e coloridas para a maniçoba - prato típico de origem indígena feito com carnes e folhas de mandioca brava.

A maniva sendo preparada no ver-o-peso: primeiro as folhas de mandioca são moídas e depois cozidas por pelo menos três dias para perder o venenoso ácido cianídrico que contém.

Cana-de-açúcar chegando ao mercado.

Feijões de corda

Frutas e cheiros!

Coco fresco sem casca sendo preparado para se moído.

Olha a mandioca aí gente!! Essa é da brava e seu caldo irá para a panela para fazer o tucupi.

O tucupi, esse líquido amarelo da foto acima, é o caldo extraído da mandioca que é cozido com temperos também por muuuitas horas devido ao ácido cianídrico. Acho que nossos índios, que descobriram o processo, gostavam de viver perigosamente!! hihihi
O tucupi tem sabor ácido e entra na composição de vários pratos típicos como o pato no tucupi e o tacacá.

Acima e abaixo as pimentas variadas em tucupi. Para temperar a comida e deixar a vida mais ardente!

Feijões diversos. O de R$ 5,00 no centro é feijão manteiga de Santarém. Pequenino e saboroso!

Farinhas e mais farinhas! De mandica branca, amarela, fina, grossa, de tapioca, goma, etc. A farinha de tapioca (a do saco à direita) é muito diferente da que faz o cuzcuz baiano, é muito leve e lembra o isopor.

Gosto muito da farinha d'água amarela, trouxe uns sacos para casa e estou me deliciando (e engordando) com farofas mil!

Camarões secos de todos os tamanhos e valores... Lindos, lindos...

Peixes...

Poções mágicas ou remédios naturais - tudo depende do ponto de vista - para todos os tipos de males.

Os vidrinhos colorem a barraca!

Cordões e artesanato feito com sementes nativas na foto abaixo.